Pé do ouvido - Alice Sant'Anna - Grupo Companhia das Letras
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Catálogo / Companhia das Letras / PÉ DO OUVIDO
#PEDOOUVIDO
Um longo poema com versos repletos de lirismo, de uma das grandes revelações da poesia contemporânea brasileira.
Apresentação
Pé do ouvido se inventa como um poema de formação, gênero que, como se sabe, não existe. Nos romances assim designados, uma personagem jovem parte em viagem e, a cada experiência vivida, forja, por acumulação, sua personalidade e visão de mundo. A narradora de Alice Sant'Anna certamente é jovem, mas já rodou muitas estradas. Entre uma Brook Street qualquer e o Morro Dois Irmãos, o que ela aprende é a perder - certezas, casas ou amores -, aluna aplicada na dura disciplina ensinada por Elizabeth Bishop. Em duas partes assimétricas, no longo monólogo da viagem e no breve recado da volta, ela depura a dúvida. É tão impossível fotografar a lua com o celular quanto apreender a vida na linguagem. Tradutora obsessiva, que a todo momento recorre à poesia japonesa para certificar-se de seus limites, ela confronta palavras ("a diferença entre solitude/ e loneliness qual é?") e a própria expressão ("se tivesse nascido/ em outro país a voz seria outra/ e as coisas que escreve e pensa/ também seriam outras"). O poema está no que se perde, na tradução e na vida. No que a narradora não chega a compreender inteiramente de uma cultura ou na impermanência fatal de um amor. "o momento em que você percebe/ que está vivendo um momento/ por algum motivo/ um momento mais importante/ que os outros" traduz o instante decisivo de seu périplo banal. Reinstalada num quarto todo seu, a poeta que já viu materializar-se no tédio da casa um portentoso rabo de baleia agora adverte: "do outro lado da porta mora um leão/ é preciso aprender/ a abrir a porta do quarto/ com toda a delicadeza para que o leão/ não acorde". É nessa delicadeza tensa que Alice afina a sua voz. Ao pé do ouvido, como se sabe, fala-se baixo. Falar assim é conquistar um interlocutor exclusivo e atento: ouvido à altura da boca, rendido por desejo, curiosidade ou apreensão. É cena de intimidade, mas pode ser de ameaça. Drama ambíguo, como o da fera adormecida no cômodo ao lado. Paulo Roberto Pires
Ficha Técnica
Páginas: 64
Formato: 14.00 X 21.00 cm
Peso: 0.11 kg
Acabamento: Livro brochura
Lançamento: 10/06/2016

ISBN: 9788535927382
Selo: Companhia das Letras
Imprensa
Série
Câmera lenta
Marília Garcia
Em seu quinto livro, uma das vozes mais originais da poesia contemporânea reflete sobre as múltiplas espirais da linguagem. Câmera lenta foi o vencedor do Prêmio Oceanos 2018. Leia +
A chave do mar
Fernando Moreira Salles
Em sua concisão, estes poemas desvendam horizontes. A percepção fina e a atenção aguda do poeta operam o passe de mágica que é prerrogativa da poesia: expor, desprotegido, o momento que passa. Terceira coletânea de Fernando Moreira Salles, A chave do mar confirma a presença de seu autor entre os novos nomes da poesia brasileira. Leia +
Cinemateca
Eucanaã Ferraz
Um convite ao leitor/espectador para compartilhar, como numa sessão de cinema, momentos de grande intensidade poética. Nesta Cinemateca, a vivência da poesia não oferece grandiloqüência ou monumentalidade, mas coloquialidade e franqueza de espírito. Leia +
O corpo no escuro
Paulo Nunes
A estreia de um poeta maduro que exibe segurança e lirismo para falar dos eventos mais importantes da vida. Leia +
Da arte das armadilhas
Ana Martins Marques
Em seu segundo livro - o primeiro, A vida submarina, é de 2009 - , a poeta mineira Ana Martins Marques promove uma observação ativa do mundo. Nos objetos do cotidiano ou nas surpresas do corpo, as armadilhas também se chamam vida, ou amor, ou quem sabe cigarros e silêncio. Leia +
Dever
Armando Freitas Filho
Com livro de poemas inéditos, um dos maiores poetas em atividade no Brasil comemora 50 anos de carreira no auge da forma. Leia +
Em trânsito
Alberto Martins
"O real não está nem na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia." As palavras de Guimarães Rosa descrevem o gesto poético de Alberto Martins em seu Em trânsito. "Notável", diz Francisco Alvim. Leia +
Escuta
Eucanaã Ferraz
Com Escuta, Eucanaã Ferraz mais uma vez avança em sua escrita e confere vigor a toda a poesia brasileira. Leia +
Esquimó
Fabrício Corsaletti
"Fabrício Corsaletti permanece fiel a uma dicção que equilibra com eficiência nostalgia e ironia, lembranças da infância interiorana e referências literárias e cinematográficas, paixão vivida e distanciamento crítico." (Paulo Henriques Britto) Leia +
Formas do nada
Paulo Henriques Britto
Com uma poética que se caracteriza pela construção, pela ironia e pelo jogo entre linguagem do cotidiano e sofisticação intelectual, Formas do nada exprime o confronto perfeitamente incomplacente de um homem com seu entendimento. Leia +
O livro das semelhanças
Ana Martins Marques
O livro das semelhanças, obra de uma das mais aclamadas poetas brasileiras contemporâneas, é um acontecimento raro em nossa cena literária. Leia +
Livro geral
Alexandre Barbosa de Souza
Poeta brasileiro da nova geração, Alexandre Barbosa de Souza presenteia o leitor com cenas do cotidiano, memórias da juventude e uma voz poética que reflete e celebra a vida nos seus detalhes. Leia +
Mesmo sem dinheiro comprei um esqueite novo
Paulo Scott
Lirismo e aspereza nos versos de um poeta que trilha um caminho único na lírica contemporânea do Brasil. Leia +
O metro nenhum
Francisco Alvim
Onze anos depois de Elefante, mais um livro de Francisco Alvim. Os poemas pertencem às duas vertentes características do poeta: ora líricos, marcados pelo sentimento da morte e da perda, ora críticos da história que sempre passa pela fala de vozes anônimas. Leia +
Mínima lírica
Paulo Henriques Britto
Os dois primeiros livros da carreira do poeta e tradutor Paulo Henriques Britto, um dos mais destacados autores brasileiros contemporâneos. Leia +
Rol
Armando Freitas Filho
Trazendo a morte como pano de fundo, a poética corajosa, madura e sensível de um dos maiores autores em atividade do Brasil. Leia +
Sentimental
Eucanaã Ferraz
Esta nova seleção de versos atesta as qualidades mais evidentes de Eucanaã Ferraz, poeta com uma das mais brilhantes e consistentes trajetórias da literatura brasileira contemporânea. Leia +
Sete suítes
Antonio Fernando de Franceschi
Os poemas de De Franceschi são ao mesmo tempo sensuais e eruditos. As palavras, buscadas com precisão, oferecem a música de seus sons para dar nome, com delicadeza, mas incisivamente, às coisas - presentes e passadas. Leia +
Vesuvio
Zulmira Ribeiro Tavares
Primeiro livro de poesia de uma escritora premiada que não cessa de surpreender, Vesuvio reúne poemas da vida inteira. Neles, sem abandonar a ironia, Zulmira encontra um timbre especial para falar de sua experiência no mundo. Leia +
Autor
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